segunda-feira, 4 de maio de 2009

Trabalho sobre cotas no ensino superior

Introdução

O sistema de cotas para negros, no Brasil, faz parte das chamadas políticas de ação afirmativa, isto é, políticas que visam ampliar o acesso de minorias a todos os setores sociais. Diversos argumentos são contrários à implantação do sistema de cotas nas Instituições de Ensino Superior, como a questão da obtenção de algo por merecimento pessoal, a inconstitucionalidade de estabelecer qualquer tipo de discriminação positiva que fere o princípio da igualdade; a impossibilidade de distinguir quem é branco e quem é negro no Brasil, devido à miscigenação de raças; e o fato de que essa medida pode contrariar as políticas de caráter universalistas.

Objetivo Geral:
 Mostrar que o sistema de cotas estimula a divisão do país em grupos étnicos, acirrando um preconceito de brancos, negros, pardos e índios entre si, uma vez que beneficia o negro em detrimento das outras raças.

Objetivos Específicos:
 Averiguar que a reserva de vagas para os negros é inconstitucional, já que fere o Princípio da Igualdade;
 Analisar o sistema de seleção, que oculta critérios meritocráticos descriminando com eficácia aos negros pobres do Brasil;
 Mostrar que ao revés de reserva de cotas para os negros deveriam ser adotadas políticas universalistas, como melhoria do ensino fundamental e médio para todos.

Justificativa

Tendo em vista que o papel da Instituição de Ensino Superior Pública ou Privada não é corrigir a falta de qualidade e investimento no ensino fundamental e médio e sim, formar profissionais, cidadãos comprometidos, competentes e capacitados, para atuar com responsabilidade no mercado de trabalho e fazer a diferença, transformando a sociedade na qual se encontra inserido. Percebe-se, que o sistema de cotas para preenchimento das vagas ofertadas, vem beneficiar uma parte da população em detrimento da outra parte. Uma vez que, de conformidade com a Constituição Federal em seu artigo 208, capítulo III, inciso V, dispõe que o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. Assim está garantida a igualdade de direitos para todos e não à promoção do acesso ao ensino superior de pessoas pertencentes a grupos socialmente desfavorecidos. Ainda de acordo com a Carta Magna em seu artigo 3º. inciso IV promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Procedimentos Metodológicos
Pesquisa bibliográfica e através de revistas, artigos e sites da internet.

Desenvolvimento
Tem sido bastante discutida a polêmica sobre a adoção do sistema de cotas para o ingresso no ensino superior, bem como a reforma estrutural para a educação superior no Brasil. O que abrange uma reflexão a respeito do esquema de seleção para o ingresso nas universidades uma vez que o sistema de cotas não é a solução ideal para superar a discriminação racial que ainda existe no Brasil e que, simplesmente selecionar por grupos traz a tona um enorme preconceito.
Não é possível acreditar no sistema de cotas para os negros como um resgate do direito a cidadania, uma vez que, as ações e políticas adotadas visam compensar perdas históricas significativas, flexibilizando o acesso por meio desse sistema. Torna-se, portanto, uma agressão à capacidade intelectual desses alunos, como mais uma atitude discriminadora.

Considerações Finais

Numa sociedade rica em diversidade étnica e mistura de raças como é a nossa, não há como aplicar a medida do sistema de cotas para negros, uma vez que no Brasil não existe raça pura. Sua predominância é de mestiços que vivem a quinhentos anos em uma mistura de raças. Sabemos que o negro é capaz de ingressar numa universidade sem a utilização da facilidade do sistema de cotas. O que é urgente e necessário é o investimento na melhoria da qualidade do ensino nas escolas de nível fundamental e médio.
O sistema de cotas para negros e egressos de escolas públicas denota um argumento apelativo na discussão a partir da cor e classe social de cada indivíduo. Vem esse sistema, mascarar a realidade das escolas públicas de ensino fundamental e médio que se encontram, atualmente, sucateadas tendo em vista os desmandos oriundos da ditadura militar. Esse sistema vem de encontro à democracia rompendo com o princípio da igualdade entre os cidadãos. Portanto, o Estado necessita aumentar os investimentos no ensino público a fim de garantir a igualdade de direitos entre os cidadãos.

Referências Bibliográficas

AARÃO, Samuel Reis. Debate quente negros. Revista Caros Amigos. Ano VI, nº. 66, 2002. Disponível em: Acesso em: 20 mai. 2008.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. As cotas na universidade pública: será esse o caminho? Campinas: 2005, ed. Autores Associados.

MARTINS, Ives Gandra da Silva. Terra de privilégios: cota racial é forma de discriminação imposta pela lei. Gazeta Mercantil, ed. De 06/02/2008. Disponível em: . Acesso em: 15 mai. 2008.

MENEZES, L.C (Org.) Formação continuada de professores de ciências no âmbito ibero-americano. Campinas: 1996, ed. Autores Associados.

VIANA, Natália. Negro não é problema é solução. Revista Caros Amigos. Ano VI, nº. 69, 2002. Disponível em:Acesso em: 15 mai. 2008.

Pós-Graduação Docência


Trabalho desenvolvido no curso de pós-graduação de docência do ensino superior pela
Fase (Faculdade de Sergipe).

Andresa de S. Silva
Cleonice W. André
Glauber V. S. Oliveira
Nélia M. L. de Oliveira
Sílvia M. C. Ladeira
Sydneyde Bezerra

Discentes Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior 2008