sexta-feira, 5 de junho de 2009

ARTIGO FERRAMENTAS MOTIVACIONAIS COMO DISPOSITIVOS NA EDUCAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

ANDRESA DE SENA SILVA
EVERTON DA CRUZ MENEZES
GLAUBER VINICIUS SANTOS DE OLIVEIRA
SILVIA MARA CABRAL LADEIRA

FERRAMENTAS MOTIVACIONAIS NO ENSINO SUPERIOR


Projeto apresentado a Faculdade de Sergipe como requisito conclusivo da Disciplina Seminários, Atividades Práticas e Estágios: Planejamento e Realização do Curso de Pós-Graduação Docência do Ensino Superior.

Orientadora: PROF.ª M.SC. ROSILENE PIMENTEL S. RANGEL


Aracaju
Abril/2009

INTRODUÇÃO

O presente trabalho remete a uma reflexão sobre a relação entre as ferramentas motivacionais: como dispositivos na educação do ensino superior.
Analisando o impacto das ferramentas motivacionais como fator determinante na situação podendo acarretar, diretamente ao bom funcionamento da relação entre professor aluno na instituição de ensino superior.
Através do texto é possível perceber o quanto estas situações diárias da relação professor-aluno nos dias atuais, poderão vir a levar o gestor a tomada de decisões muitas vezes, consideradas não tão éticas pelos ensinamentos ao qual em fase formação acadêmica, o hoje já profissional, foi orientado a seguir e honrar.
Palavras chaves: Universitários Brasileiros, Docência Superior, Ferramentas Motivacionais, Ntic’s.


ASPECTOS DOS UNIVERSITÁRIOS NO BRASIL

O panorama atual do ensino superior representa um reflexo do ensino médio que com a diversificação das oportunidades de formação estas opções não devem constituir um obstáculo para que seus egressos prossigam os estudos de nível superior.
12 % dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos cursam o Ensino Superior. Este número já passa dos cinco milhões (site Graduação.net).
Alguns estudos desenvolvidos por (Maggie, 1998; Sampaio, 2000) têm insistido que as diferenças de perfil socioeconômico dos estudantes universitários devem-se não ao fato de a instituição onde estudam ser pública ou privada, mas fundamentalmente às características das carreiras que escolheram e ao turno diurno ou noturno em que o curso é oferecido. Nesse aspecto podemos comprovar a barreira entre cursos distintos em relação aos universitários interessados nestas vagas, a falta de ferramentas motivacionais nas instituições de ensino superior, assim como a flexibilização de horários de cursos para o acesso irrestrito torna-se uma barreira desestimuladora para o estudante.

Entretanto, conforme constatou Sampaio (2000), qualquer que seja o grau de elitização de uma determinada carreira - Medicina, por exemplo - a possibilidade de nela ingressarem estudantes provenientes de camadas pobres só se realiza se o curso for oferecido por uma instituição pública.

Ao contrário, apenas uma parcela reduzida da coorte de idade o faz, e dos ingressantes, nos vários cursos de nível superior, uma proporção significativa não ultrapassa o primeiro ano de estudo (OLIVEIRA, 1998).

Essa variedade de aspectos apresenta dados relevantes para uma abordagem motivacional no que diz respeito ao ensino superior no Brasil.

A DOCÊNCIA SUPERIOR NO BRASIL

O ensino e a aprendizagem tem sido objeto para a pesquisa de muitos educadores na tentativa de averiguar os melhores meios de aperfeiçoar o esforço do professor e a dedicação do aluno na captação, retenção e multiplicação eficiente do conhecimento especificamente no ensino superior.

Ensino e aprendizagem: estudos que buscam explicar as relações entre o saber pedagógico e o saber cientifico na construção do fazer didático. (PIMENTA, 2002).
Segundo Azzi e Caldeira conhecimento como cultura, interdisciplinaridade e tecnologia precisam ser incorporados à Didática. Nesta perspectiva existe a necessidade de incorporar os aspectos regionais a didática para uma maior aproximação dos docentes e discentes num mesmo conceito podemos então voltar à perspectiva de Bourdieu ao conceito de “campo” onde nesta definição a existência de um patamar atingível sempre por meio de uma excelência desempenhada onde o estudante chegara ao ápice de sua carreira por mérito próprio através do reconhecimento público – o “melhor da classe” é uma posição que existe e independe do aluno A ou Z que o ocupe. Esses espaços sociais determinados formam o que Bourdieu denomina um “campo”.

Portanto, conhecendo diretamente ou por meio de estudos as realidades do ensino, incluindo as próprias, na universidade; realizar observações, entrevistas, coletar dados sobre determinados temas abordados, problematizar, propor e desenvolver projetos de ensino e de pesquisa do ensino; conferir os dizeres de autores e da mídia, as representações e os saberes que têm sobre o ensino, sobre os alunos e professores; olhar, ver e analisar as ações existentes com olhos não mais de ex-alunos, mas de professores, são passos importantes na construção da identidade dos professores no ensino superior. (PIMENTA, 2002).

ASPECTOS MOTIVACIONAIS

A palavra motivação vem do latin “motivus”, relativo a movimento, coisa móvel. Vemos que a palavra motivação, dada a origem, significa movimento. Quem motiva uma pessoa, isto é, quem lhe causa motivação, provoca nela um novo ânimo, e ela começa a agir em busca de novos horizontes, de novas conquistas.

Os aspectos motivacionais dentro das quatro linhas da sala de aula são importantíssimos. As aulas precisam de momentos mágicos, no falar e agir por parte do docente pesquisador sobre a educação e no ouvir e participar do aluno pela influência no aprendizado. Na era da transição de paradigmas em educação, os dois lados precisam estar afinados para se ter uma boa aula e nesta visão, a palavra-chave mais importante entre muitas outras de teor semelhante é a inovação.

As origens histórico-epistemológicas deste conceito precisam ser criteriosamente revisadas quando do seu uso na educação superior. Mesmo com múltiplas definições, a inovação na área educacional consiste em propor e praticar novos caminhos estratégicos no ensinar uma arte ou estudar uma ciência.

A motivação está diretamente ligada ao momento de estimulo, iniciativa, positivismo do individuo, isto é, um estado mental propicio a uma interatividade intensa assim como o meio, deve influenciar diretamente o nível de motivação do profissional da docente superior, nestes fatores podemos citar relacionamento com outros docentes, discentes, aspectos contratuais, estruturais, processos avaliativos acadêmicos, etc. A respeito das instituições de ensino superior podemos notar a falta de qualidade da organização com relação às questões contratuais depressivas, ou seja, cooperando para sua degradação interna do seu corpo docente.

Cada pessoa é um mundo a parte que possui um mundo próprio, integrado de pensar, sentir e agir, que se desenvolve através do efeito do estímulo sobre as potencialidades humanas, como a inteligência, aptidões, sentimentos e necessidades básicas. Mas é justamente esta diferença que dá um colorido todo especial ao mundo [...]” (MARIANI. 2002).

Neste mesmo plano podemos abordar tipos de motivações que acontecem no meio acadêmico e relacioná-las como:

1. “Coerção” esta quando permanente, pode ser considerada uma maneira de escravizar o corpo discente, moralmente repressiva, utilizada onde o docente é escravizado no âmbito salarial.

2. “Autocontrole” onde o individuo (docente) é estimulado por fatores externos como pressão exercida para um bom aproveitamento dos seus discentes relacionado com o desempenho avaliativo de cada um.

3. “Pressão social” quando o docente desempenha o papel esperado pela sociedade.

4. “Fatores internos” determinação intrínseca, onde o docente age de acordo com o que ele acha correto para o bem comum.

“Motivação é definida como uma inclinação para a ação que tem origem em um motivo. Complementa argumentando que “a motivação, portanto, nasce somente das necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem essas necessidades”. (BERGAMINI, 1997).

Segundo Frederick Hezberg, Fatores higiênicos: condições de trabalho e conforto, políticas da organização, relações com o supervisor, competência técnica do supervisor, salários, segurança no cargo, relações com colegas. Afetam a "satisfação" da pessoa. Fatores motivacionais: delegação de responsabilidade, liberdade de decidir como executar o trabalho, promoção, uso pleno das habilidades pessoais, estabelecimento de objetivos. Afetam a "motivação" da pessoa, caracterizando uma força que é intuida de dentro do ser. São fatores que induzem no ser a vontade de agir, o motivo que gera a ação.

"A motivação é resultante de pulsões internas, de desejos, de necessidades individuais que cada pessoa como ser único busca concretizar. O meio externo, as organizações não são origem da motivação. A organização, enquanto meio social, poderá facilitar ou barrar a realização dos desejos e a satisfação das necessidades". (BERGAMINI, 1997).

Como salienta Chauí (1999), não há lugar para a pesquisa na universidade operacional, se a pesquisa for entendida como algo que lança a interrogação, a reflexão é critica, assim como a descoberta, a invenção e a criação, uma visão compreensiva de totalidades e sínteses, uma ação civilizatória contra a barbárie social e política.

Como os gostos, os interesses, os desejos, as convicções de cada um impulsionam-no a agir de determinada maneira, a finalidade da pesquisa motivacional deve ser examinar cuidadosamente as diferenças individuais, caracterizar a situação onde elas vivem, para que se possam tirar conclusões mais realistas sobre a conduta e a motivação do docente. O resultado pode ser uma educação voltada para as conseqüências, formando um cidadão capaz de ter sua própria opinião e respeitar a opinião dos outros, e não apenas simples depositários de informações.

NTIC’S (NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO )

Foi a partir da revolução telemática também conhecida como terceira revolução industrial desenvolvidas passo-a-passo, surgindo de imediato na decada de 70 e tendo seu apice nos anos 90, que a revolução informacional responsável pelas tecnologias e metódos para comunicar . Sua importância advém da descaracterização do processo que era muito palpável tornando-o mais agíl e facilitando o aprendizado.

Este método é muito utilizado nos dias atuais no ensino superior, através da digitalização e da comunicação em redes por meio de computadores sendo que também por meio de outros equipamentos tipo, video e som . Estas ferramentas proporcionaram o surgimento da sociedade da informação.

A sociedade da informação desloca o eixo do sucesso da posse do bem para a posse do conhecimento, e isto implica capacitação continuada dos recursos humanos.(MOROSINI, 2000).

Tipos de Nitic`s que esbarramos na construção do saber e que são ferramentas motivacionais, tanto para o alunado como para o docente:

 Os computadores de maneira geral;
 Câmeras de vídeo,de fotografias, scanners;
 Gravações de cd`s como também de dvd`s;
 Dispositivos de arquivamento pen drive e disquetes (este quase aposentado) e cartões de memórias;
 Correio eletrônico e listas de discussões;
 Transmissão sob demanda de áudio e vídeo via internet também conhecido como podcasting;
 Websites e home pages.

CONCLUSÃO

Conhecendo-se o perfil comportamental do aluno o professor pode definir métodos de ensino-aprendizagem que transmitam ao estudante mais claramente formas de comportamentos adequados como administrar conflitos, trabalhar em equipe, ter iniciativa empreendedora, ser responsável, enfim, aspectos que ele irá vivenciar também no seu cotidiano profissional.

Dentro desta perspectiva a avaliação deverá ser feita sistematicamente para que se possa perceber as dificuldades e corrigi-las. Um aluno assim acompanhado tende a despertar a motivação intrínseca, mais duradoura, atendendo os requisitos pedagógicos da disciplina.

Atingindo de maneira mais satisfatória o objetivo da disciplina diminuí-se o grau de frustração dos alunos e toma-se possível indicar a eles o melhor caminho a ser seguido depois de formados. Os estudantes poderão no futuro definir por si mesmos os rumos profissionais que lhes proporcione maior satisfação e realização pessoal.


BIBLIOGRAFIA


AZZI, Sandra. Trabalho docente: autonomia didática e construção do saber pedagogico. In: Pimenta, Selma G. (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. Sao Paulo: Cortez, 1999.

BERGAMINI, C.W. Psicologia Aplicada à Administração de Empresas: Psicologia do Comportamento Organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

BOURDIEU, P., O poder simbólico, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998.

CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Ed. Unesp, 1999.

MAGGIE, Y Universalismo, particularismo e a busca de novos caminhos para diminuira exclusão e a desiguadade: o pré-vestibular para negros e carentes. 1998. Mimeogr. Trabalho apresentado no 5º Congresso Luso-afro-brasileiro de Ciência Sociais, 1998, Maputo, Moçambique.

MARIANI, E.J. Relações humanas nas empresas hoje. Revista Científica Eletrônica de Administração. ano I. n. 3. jun./2002. www.revista.inf.br. Acessado em 13 de setembro de 2008.

MOROSINI, Marilia Costa. Professor do ensino superior: identidade, docência e formação. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2000.

OLIVEIRA, J. C. et AL. Evolução e características da população jovem no Brasil. In: BERQUÓ, E. (Org.). Jovens acontecendo na trilha das políticas. Brasília: Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, 1998. P.7-20.

PIMETA, Selma G. Docência no Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2002.

SAMPAIO, Guilherme de Figueiredo. Qualidade: Um imperativo para a educação. Universidade de Mogi das Cruzes. Monografia de Especialização. Fonaleza, 1994. (Mimeo).

www.graduação.net (matéria divulgada em 10 fevereiro de 2009), acesso em 30 de junho de 2009.