sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O que é arte?

Rembrant, Ronda Noturna,1642.

Certa vez um dos meus alunos me fez uma pergunta “O que é arte?”.

O que provocou uma pesquisa intensificada sobre o assunto, e constatei na minha observação:

POR: Johann Christoph Friedrich von Schiller (foi um poeta,filosofo e historiador alemão)

Para SCHILLER (1963) arte é um meio de melhorar a sociedade.

A teoria da estrutura humana através do conceito de estado e pessoa.(SCHILLER)

A pessoa é o elemento permanente, sendo que o estado, temporal e variável, é o determinante da pessoa.

SCHILLER

Impulso formal, o estado da pessoa é regido por princípios de moralidade.

Impulso sensível, o homem é regido por um estado subjetivo, variável, físico.

Estado estético

Para SCHILLER como o regente do estado ideal, o estado estético, a que todo homem deve aspirar, pois o homem só é homem, em seu sentido pleno, quando o atinge.

John Dewey (foi um filosofo e pedagogo norte americano)

Segundo DEWEY(1959) ele, dar adequados meios de lazer produtivo é uma preocupação da arte, e podemos enquadrá-la entre os primeiros objetivos, os que se preocupam com aspectos sociais.

DEWYE (1959) considera que o artista não pode viver só de sua arte, mas de experiências múltiplas e variadas: a arte deve ser a expressão de seu relacionamento com outras atividades.

Conclusão

Arte é a atividade humana ligada a manifestações da estética individual ou coletiva, concebida por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores, dando um significado único e diferente para cada peça produzida (obra de arte).

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

TODOS CONECTADOS

Foi publicado no Diário Oficial da união a Resolução que estabelece as normas e diretrizes para que municípios, estados e o Distrito federal se habilitem ao Programa Um Computador por Aluno (Prouca). O programa permitirá a aquisição de computadores portáteis novos com conteúdos pedagógicos, pelas redes Públicas de Educação Básica.

Conforme a Resolução, os equipamentos serão destinados ao desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem nas Redes públicas. E poderão ser adquiridos por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) , ou com recursos próprios.

Apenas os computadores cadastrados no Credenciamento de Fabricantes Informatizado (CFI) do BNDES poderão ser financiados. Há ainda a possibilidade de os computadores serem comprados a partir de outras fontes, desde que mediante adesão à Ata de Registro de Preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).


fonte:CGI.br

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Redes Sociais


O brasileiro é líder mundial em redes sociais, aponta uma pesquisa da Nielsen. Segundo os dados apurados, 86% dos usuários ativos de Internet no Brasil acessaram redes sociais. A Itália ocupa o segundo lugar no numero de acessos, com (78%); seguida por Espanha (77%); Japão (75%); Estados Unidos (74%); Inglaterra (74%); França (73%); Austrália(72%);Alemanha (63%); e Suíça (59%). O Orkut segue como a rede social mais acessada pelos brasileiros, com 26,9 milhões de visitantes únicos no mês de maio. Facebook e Twitter aparecem empatados com 10,7 milhões. Cada brasileiro dedica, em média, mais de cinco horas a esses tipos de sites. O numero de visitas em redes sociais em todo o mundo aumentou 24% em comparação com o ano passado e os internautas gastam, em media, 66% mais tempo nesses sites do que há um ano. Segundo o estudo, a expansão e a presença das redes sociais e blogs é uma tendência irreversível.

Fonte: Comitê Gestor Da Internet No Brasil.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que ensinar em Arte

O ensino da área se consolida nas escolas sobre o tripé apreciação, produção e reflexão.Durante muitos anos, o ensino de Arte se resumiu a tarefas pouco criativas e marcadamente repetitivas. Desvalorizadas na grade curricular, as aulas dificilmente tinham continuidade ao longo do ano letivo. "As atividades iam desde ligar pontos até copiar formas geométricas. A criança não era considerada uma produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito", afirma Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, e co-autora dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sobre a disciplina.

Nas últimas duas décadas, essa situação vem mudando nas escolas brasileiras. Hoje, a tendência que guia a área é a chamada sociointeracionista, que prega a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Como defendem os próprios PCNs, é papel da escola "ensinar a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias."

Infelizmente, ainda há professores trabalhando na chamada metodologia tradicional, que supervaloriza os exercícios mecânicos e as cópias por acreditar que a repetição é capaz de garantir que os alunos "fixem modelos". Sob essa ótica, o mais importante é o produto final (e ele é mais bem avaliado quanto mais próximo for do original). É por isso que, além de desenhos pré-preparados, tantas crianças tenham sido obrigadas ao longo dos tempos a apenas memorizar textos teatrais e partituras de música para se apresentar em datas comemorativas - sem falar no treino exaustivo e mecânico de habilidades manuais em atividades de tecelagem e bordado.

Só nos anos 1960, com o surgimento do movimento da Escola Nova, ideias modernizadoras começaram a influenciar as aulas de Arte. Na época, a proposta era romper totalmente com o jeito anterior de trabalhar. Segundo esse modelo, batizado de escola espontaneísta (ou livre expressão), os professores forneciam materiais, espaço e estrutura para as turmas criarem e não interferiam durante a produção dos estudantes. Tudo para permitir que a arte surgisse naturalmente nos estudantes, de dentro para fora e sem orientações que pudessem atrapalhar esse processo. "Achava-se que a criança tinha uma arte própria e o adulto não deveria interferir", lembra Rosa.


Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/conhecer-cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Educação e Cultura são temas da Campus Party 2011 que acontece em São Paulo (SP)


Educação e Cultura são temas da Campus Party 2011 que acontece em São Paulo (SP)


Blogueiros, internautas, profissionais da área de tecnologia e apaixonados pelas possibilidades da era digital estão reunidos desde segunda-feira, 17, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, para participar da Campus Party 2011, maior evento de tecnologia do mundo.

Considerada um dos momentos mais esperados do ano, a feira, que está em sua 4ª edição e segue até domingo, 23, está sendo visitada por cerca de 6,5 mil pessoas, quinhentas a mais do que em 2010. São visitantes vindos de diversas partes do país, da América Latina e da Europa, ansiosos por conhecer as grandes novidades e acompanhar as discussões sobre o que há de mais atual no mundo tecnológico.

Entre os pontos altos do evento estão alguns palestrantes de renome como: Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos; Kul Wadhwa, diretor-gerente da Wikipedia; Steve Wozniak, cofundador da Apple; e Stephen Crocker, um dos criadores da Arpanet, rede militar que originou a internet. As palestras estão divididas em quatro áreas principais: Ciência, Criatividade, Entretenimento Digital e Inovação.

Professores e estudantes que estão curtindo a Campus Party também têm uma ampla programação para acompanhar. E um dos grandes destaques é o tema educação, nunca antes abordado com tanta profundidade. Uma série de ações estão previstas para acontecer: palestras, oficinas e debates trarão à tona assuntos como o uso de software livre na escolas, geração interativa, redes sociais e educação, cultura digital nas instituições de ensino, cognição em ambientes virtuais, games a serviço da aprendizagem, entre outros.

A mesa-redonda “Educação e Cultura Digital – uma combinação necessária” contará com a participação de Bianca Santana, Coordenadora do Projeto Recursos Educacionais Abertos na Casa da Cultura Digital; Priscila Gonsales, que também é representante do Grupo de Estudos Educar na Cultura Digital; Luciano Meira, da Olimpíada de Jogos Digitais e Educação (OjE), e Débora Sebriam, com atuação na integração de tecnologias ao currículo, tecnologias e formação de professores. Os especialistas pretendem refletir sobre como os meios tecnológicos podem favorecer a produção do conhecimento em contextos educativos.

Confira aqui os principais eventos sobre educação que integram a agenda oficial da Campus Party Brasil.

Com informações dos portais Educarede e G1.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Inteligência Coletiva

A presença dos elementos tecnológicos digitais vem promovendo um “dilúvio de dados” que a cada dia cresce de forma desordenada, exigindo meios diferenciados para acondicionar essas informações em diversas áreas do conhecimento.

Meios que permitem a recuperação distribuída de objetos digitais – textos completos, imagens em movimento, som, etc – estabelecendo como palavra de ordem a publicação na Internet e a interoperabilidade entre fontes de informação heterogêneas e globalmente distribuídas.

Este gerenciamento visa a muito mais do que armazenamento e produção, mas maneiras de gerir as informações, possibilitando aos usuários significarem os dados, transformando-os em conhecimento que podem ser partilhados por pessoas em diferentes pontos do mapa, construindo, assim, uma inteligência coletiva, que está em constante crescimento (LÉVY, 1991).

Considerações de Pierre Lévy sobre Educação à Distância
http://www.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE

Referencial Bibliográfico
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1991.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

IGC 2009: 12 faculdades com nota 1 podem ser descredenciadas pelo MEC; veja a lista

Doze faculdades que obtiveram conceito 1 no IGC (Índice Geral de Cursos) 2009 poderão ser descredenciadas. Elas obtiveram nota considerada insuficiente no índice, que tem conceitos de 1 a 5. Veja quais são as instituições:


* Escola de Música e Belas Artes do Paraná - PR;
* Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada - PE;
* Faculdade de Reabilitação da Asce - RJ;
* Faculdade de Odontologia do Planalto Central - DF;
* Faculdade de Piracanjuba - GO;
* Faculdade Nacional - ES;
* Faculdade de Odontologia de Manaus - AM;
* Faculdade de Tecnologia Albert Einstein - SP;
* Faculdade de Comunicação Pitágoras, unidade Guarapari - ES;
* Faculdade Pan-Americana - PA;
* Instituto Superior de Educação Programus - PI;
* Faculdade de Tecnologia do Amapá - AP.


Essas 12 instituições serão visitadas logo no começo das aulas, para que o MEC (Ministério da Educação) decida se elas serão descredenciadas ou não - isso significa a proibição do ingresso de alunos; estudantes já matriculados podem concluir o curso na instituição.

"A Sesu [Secretaria de Ensino Superior] vai tomar uma providência inédita: nunca tínhamos tomado medidas regulatórias em relação a instituições", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, na entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (13).

fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/01/13/igc-2009-12-faculdades-com-nota-1-podem-ser-descredenciadas-do-mec-veja-a-lista.jhtm

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tudo pelo controle remoto

















Por Por Lara Berol


Interatividade promete aumentar a visibilidade e os lucros dos anunciantes, mas ainda não é para já.
A onda que a chegada do sinal digital provocou trouxe um turbilhão de novidades tecnológicas, como os lançamentos de televisores com set-up boxes embutidos, as broadband tv's e modelos capazes de reproduzir conteúdo 3D com ou sem óculos. Para a publicidade, as possibilidades que apontam são muitas. Uma delas, que promete ser a mais promissora, é a interatividade. É a vez de emissoras e agências trabalharem juntas para atingir quem vai ter tudo ao seu alcance em um clique no controle remoto: o telespectador. A Neo Gama/BBH saiu na frente e chegou até a produzir um comercial interativo, transmitido pela Fox, onde apresentava o modelo Pajero Sport, da Mitsubishi. Pelo controle remoto, o espectador podia acessar detalhes do veículo. Foi o primeiro comercial nesse molde a ser veiculado no Brasil, mas a agência parou por aí.

"Experiências com comerciais ainda não aconteceram", resume Luis Renato Olivalves, diretor de Interatividade do Grupo Bandeirantes. Ainda assim, a MTV estuda um projeto com a Caixa Econômica Federal - um aplicativo, ainda em fase de testes, que divulga produtos/serviços e resultados da loteria da Caixa.
As emissoras investem seus esforços em inserir material interativo no próprio conteúdo. A Rede Globo já está transmitindo os jogos do Campeonato Brasileirão com conteúdo interativo. Através de um menu na tela, os telespectadores podem acessar informações referentes às partidas e a classificação do campeonato e também participar de um bolão. Outra atração de conteúdo interativo é a novela "Passione", que permite obter informações sobre a trama e os atores. Um laboratório necessário para acontecer o segundo passo, que é vender.

Possíveis modelos
Nessa plataforma interativa, será possível desenvolver comerciais em que o telespectador pode participar, desde promoções e jogos, buscar informações sobre o produto e até efetuar a compra. O leque de oportunidades nessa nova plataforma é grande. Segundo Maurílio Alberone, sócio e diretor executivo da Peta5, que desenvolve softwares para propaganda na TV digital, o futuro é promissor. "Não há nada que as tevês americanas e londrinas façam que nós não possamos fazer. Já temos tecnologia desenvolvida para investirmos em novos formatos publicitários", analisa.

Esses novos formatos são inserções mais elaboradas, como aplicações patrocinadas e o uso dos pop-ups, que já são populares na internet. Mas o que promete realmente mudar a publicidade na TV é a segmentação. Com ela, vai ser possível identificar perfis, localização geográfica e interesses específicos dos telespectadores. A partir daí, o que irá passar na tevê de cada um será voltado a ele especificamente. O telespectador vai poder selecionar através do controle remoto suas preferências, criando um perfil único que servirá como filtro para os comerciais - se mora em São Paulo, em determinado bairro, na rua tal e gosta de viajar, fazer compras em hipermercados e shoppings, a tevê vai lhe oferecer a oportunidade de ver as melhores ofertas no seu campo de interesses e até de realizar a compra. "A ferramenta é nova, só conseguimos concluir o modelo há quatro meses" revela Alberone.

Ainda é para poucos
Algumas razões justificam a pouca iniciativa por parte das agências. "Muitos publicitários desconhecem a plataforma. Outra é a questão do valor", afirma. O custo mais elevado de uma inserção desse tipo é um dos principais motivos que ainda desencorajam as agências. "Isso porque, para que a emissora consiga transmitir o conteúdo interativo, é preciso consumir mais 'banda'. Isso, entretanto, é um mito. A produção de uma aplicação interativa básica não possui custo superior a de um website com características similares. Os custos começam a aumentar quando exigem uma produção audiovisual diferenciada", justifica Alberone, da Peta5.
Outro fator que reforça a incipiência é que, por enquanto, são poucos os telespectadores aptos a receber esse conteúdo. A cobertura da transmissão digital no país já abrange cerca de 72 milhões de pessoas, segundo o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre. Porém, só um percentual reduzido de pessoas tem acesso. "Existem frentes de trabalho do governo e da indústria de eletrônicos trabalhando na redução dos preços desses equipamentos com o objetivo da rápida popularização da tecnologia no Brasil. Mas só poderemos ver as mudanças daqui dois anos", estima Alberone.

Otaviano Pereira, superintendente comercial da RedeTV!, é mais otimista. "O possível custo para o anunciante irá se reverter depois, em lucros. Será um investimento mais em conta do que se faz hoje - com a diferença de ser uma ferramenta de valor agregado."

Primeiro, o conteúdo
Os testes com conteúdo próprio auxiliam as emissoras a explorar a nova plataforma, para depois criar seu modelo de negócios. "Primeiro estamos discutindo estratégias para levar o nosso conteúdo nos formatos mais adequados ao telespectador brasileiro, para depois desenvolver um eficiente portfólio de novos formatos comerciais", afirma o diretor de Planejamento Comercial da TV Globo, Ricardo Esturaro.

O trabalho das emissoras ainda fica por conta de especializar a transmissão desse conteúdo e criar um modelo de negócios para a plataforma. "É preciso estabelecer os limites do que será permitido fazer no intervalo comercial, dentro dos programas e etc., para depois incorporá-lo à oferta comercial da emissora", explica Olivalves, da Band.

Os 30 segundos habituais dos intervalos não serão mais um modelo fechado. "No futuro, com a disseminação da tecnologia nas residências, esse tempo poderá ser usado para chamar a atenção e prender o cliente ao objeto de desejo. Quando o consumidor interagir, aí sim poderá ter acesso a todos os detalhes do que está sendo veiculado no comercial. Nesse momento, ele já estará em outro nível de relação com o produto. Um nível avançado", explica o diretor da Band.

Cenário Internacional
Se o Brasil ainda tem que esperar para aproveitar as vantagens da interatividade, os outros países já desenvolvem comerciais e outros modelos de inserção há algum tempo. Um exemplo foi o comercial da Domino's Pizza cujos pedidos podiam ser feitos pela TV, enquanto uma atriz se deliciava com a pizza em uma atração da emissora. Houve congestionamento nas entregas, devido ao grande número de interessados. Esses e outros cases podem ser vistos no site (http://www.broadbandbananas.com), com mais de 200 vídeos de emissoras do mundo todo que já transmitem conteúdo interativo através de broadband. Fazer compras, ler notícias e e-mails, ver resultados de loterias, previsão do tempo, votar em seu reality show favorito e até conferir o saldo de sua conta corrente. Tudo isso já é possível em países como Inglaterra, Turquia, França, Polônia, Espanha e Escandinávia.

fonte:http://portaldacomunicacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=20853

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Na era da globalização, o que deveríamos ler?


“O Cânone Ocidental” de Harold Bloom define o cânone literário como “a escolha de livros em nossas instituições de ensino”, e sugere que a verdadeira questão que ele suscita é: “o que o indivíduo que ainda deseja ler deveria tentar ler, a essa altura da História?” E ele observa que, na melhor das hipóteses, dentro do tempo de uma vida é possível ler somente uma pequena fração do grande número de escritores que viveram e trabalharam na Europa e nas Américas, sem contar aqueles de outras partes do mundo. Mesmo nos atendo somente à tradição ocidental, quais são os livros que as pessoas deveriam ler? Não há dúvidas de que a sociedade e a cultura ocidentais foram influenciadas por Shakespeare, pela “Divina Comédia” de Dante, e – voltando atrás no tempo – por Homero, Virgílio e Sófocles. Mas será que somos influenciados por eles porque os lemos de fato em primeira mão?

Isso lembra o argumento de Pierre Bayard, em “Como Falar Sobre Livros que Você Não Leu”, de que não é essencial ler de fato um livro de capa a capa para entender sua importância. Por exemplo, é nítido que a Bíblia teve uma profunda influência tanto sobre a cultura judaica como sobre a cristã no Ocidente, e mesmo sobre a cultura de não-crentes – mas isso não significa que todos aqueles que foram influenciados por ela a tenham lido do começo ao fim. O mesmo pode se dizer sobre os escritos de Shakespeare ou James Joyce. É necessário ter lido o Livro dos Reis ou o Livro dos Números para ser uma pessoa culta ou um bom cristão? É necessário ter lido Eclesiastes, ou basta simplesmente saber em segunda mão que ele condena a “vaidade das vaidades”?

Sendo assim, a questão do cânone não é homóloga à do currículo escolar, que representa o conjunto de obras que um estudante deverá ter lido ao fim de seus estudos. Hoje o problema é mais complicado do que nunca e, durante uma recente conferência literária internacional em Mônaco, houve um debate sobre o lugar do cânone na era da globalização. Se roupas de marca “europeias” são produzidas na China, se usamos computadores e carros japoneses, se até em Nápoles comem hambúrgueres em vez de pizza – resumindo, se o mundo encolheu a dimensões provincianas, com estudantes imigrantes em todo o mundo pedindo para aprender sobre suas próprias tradições – então como será o novo cânone?

Em certas universidades americanas, a resposta veio na forma de um movimento que, mais do que “politicamente correto”, é politicamente estúpido. Como temos muitos estudantes negros, algumas pessoas sugeriram ensinar-lhes menos Shakespeare e mais literatura africana. Uma ótima piada à custa de todos aqueles jovens destinados a saírem pelo mundo sem entender referências literárias universais como o solilóquio do “ser ou não ser” de Hamlet – e, portanto, condenados a permanecerem à margem da cultura dominante. Se tanto, o cânone existente deveria ser expandido, e não substituído. Como foi sugerido recentemente na Itália, a respeito de aulas semanais de religião nas escolas, os estudantes deveriam aprender algo sobre o Corão e os ensinamentos do Budismo, bem como sobre os Evangelhos. Assim como não seria mau se, além de suas aulas sobre a civilização grega antiga, os estudantes aprendessem algo sobre as grandes tradições literárias árabe, indiana e japonesa.

Não faz muito tempo, fui a Paris para participar de uma conferência entre intelectuais europeus e chineses. Foi humilhante ver como nossos colegas chineses sabiam tudo sobre Immanuel Kant e Marcel Proust, sugerindo paralelos (que poderiam estar certos ou errados) entre Lao Tsé e Friedrich Nietzsche – enquanto a maioria dos europeus entre nós mal conseguia ir além de Confúcio, e muitas vezes com base somente em análises em segunda mão.

Hoje, no entanto, esse ideal ecumênico esbarra em certas dificuldades. Você pode ensinar a jovens ocidentais a “Ilíada” porque eles ouviram algo sobre Heitor e Agamêmon, e porque seus rudimentos de cultura incluem expressões como “o julgamento de Páris” e “calcanhar de Aquiles” (embora em um recente exame de admissão de uma universidade italiana um candidato tenha pensado que o termo “calcanhar de Aquiles” se referia a uma doença, como cotovelo de tenista). Ainda assim, como conseguir fazer com que esses estudantes se interessem pelo poema épico sânscrito “O Mahabharata”, ou pelos poemas dos “Rubaiyat de Omar Khayyam” de forma que essas obras permaneçam em suas memórias? Será que realmente podemos adaptar o sistema educacional a um mundo globalizado quando a vasta maioria dos ocidentais cultos ignora totalmente que, para os georgianos, um dos maiores poemas na história literária é “O Cavaleiro na Pele de Pantera” de Shota Rustaveli? Quando acadêmicos não conseguem nem concordar se, na versão georgiana original, o cavaleiro do poema está na verdade usando uma pele de pantera e não de tigre ou de leopardo? Chegaremos sequer a esse ponto, ou continuaremos simplesmente a perguntar: “Shota o quê?”
Tradução: Lana Lim

Umberto Eco


Umberto Eco é professor de semiótica, crítico literário e romancista. Entre seus principais livros estão "O Nome da Rosa" e o "Pêndulo de Foucault".