sábado, 31 de março de 2012

O incrível poder das histórias em quadrinho

Mais do que um divertido passatempo, elas são um valioso instrumento para despertar o gosto pela leitura!

O cineasta Federico Fellini lia. O filósofo Umberto Eco é ávido consumidor e o artista plástico Roy Lichtenstein fez uso de balões com falas em algumas de suas obras. Esses artistas declararam que a leitura das histórias em quadrinhos serviu de inspiração e influenciou seus trabalhos. Há outros exemplos de personalidades que poderiam ser citadas, mas não é o propósito deste texto listar celebridades e fãs da também chamada arte sequencial. Trata-se só de uma curiosidade, já que houve um tempo em que psicólogos e educadores chegaram a afirmar que os gibis estimulavam a preguiça mental.

"Por muitas décadas, as histórias em quadrinhos foram vistas à margem do que se entende por leitura. Uma visão equivocada porque os quadrinhos são e sempre foram leitura igualmente válida", defende Paulo Ramos, professor da Unifesp e autor de vários livros sobre quadrinhos.

De fato, hoje não há mais dúvidas sobre o valor desse tipo de narrativa. Tanto que os quadrinhos são recomendados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e reconhecidos como uma ferramenta de alfabetização. Na visão da professora Maria Angela Barbato, da Faculdade de Educação da PUC-SP, as histórias em quadrinhos acabam sendo também um instrumento no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita porque as crianças naturalmente gostam desse tipo de linguagem. "Existem crianças, inclusive, que desenvolvem a leitura com os gibis", diz ela.

Outro fator que torna os quadrinhos tão atraentes para as crianças é a ligação emocional que elas costumam desenvolver com os personagens. Um exemplo da força dessa conexão está na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2008 pelo Instituto Pró-Livro, na qual Mauricio de Sousa, o pai da Turma da Mônica, aparece em décimo lugar na lista dos escritores mais admirados pelos leitores, depois de Monteiro Lobato, Jorge Amado, Machado de Assis, entre outros.

Ainda há que se ressaltar que, para a formação de um leitor competente, capaz de usar a linguagem em diferentes contextos e situações, é preciso dar a ele acesso a variados tipos de leitura. Como explica a professora Maria José da Nóbrega, assessora da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, "cada gênero de texto desenvolve habilidades específicas, por isso é importante que a criança tenha disponível diferentes fontes de leitura, como jornal, livros, revistas e histórias em quadrinhos. A família tem um papel vital nisso".

02/02/2012 13:07
Texto Gisleine Carvalho

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poder-historias-quadrinhos-676039.shtml

terça-feira, 20 de março de 2012

O computador pode substituir o professor?

“Se existe um professor que pode ser substituído por uma máquina, é porque ele realmente merece ser substituído”. A resposta foi uma provocação do indiano Sugata Mitra, professor de Tecnologia Educacional da Newcastle University, na Inglaterra e professor visitante do Massachusetts Institute of Technology, o famoso MIT.

Em palestra ontem no EducaParty, programação voltada para a Educação na Campus Party, ele relatou as pesquisas que comprovaram a habilidade das crianças em aprender sozinhas quando têm acesso a um computador com internet, dispensando a intermediação de um adulto.

eu mais emblemático experimento é o “Hole in the Wall” (Buraco na Parede, em tradução livre). Sugata Mitra colocou um computador com acesso à internet no muro de uma favela em Nova Delhi, na Índia e, com auxílio de câmeras, observou o processo durante dois meses. O resultado? Crianças que nunca viram um computador e não sabiam inglês aprenderam rapidamente a navegar na internet e ainda ensinavam outras crianças. “Em 9 meses, as crianças atingem o nível de secretárias que trabalham com o computador no escritório”, disse Mitra.

Essa experiência pode ser uma solução para um dos problemas que Mitra encontra na Educação atualmente: a falta de escolas. “Ela demonstra que crianças expostas ao computador rapidamente entendem seu funcionamento” e os benefícios não tardam a aparecer: melhora a leitura, a compreensão e a capacidade de responder a perguntas. Porém, a principal transformação que esse aprendizado realiza nas crianças é outra. Elas ficam mais confiantes, a autoestima cresce, a postura muda. “Elas dizem para si mesmas que são capazes de fazer o que as outras crianças fazem, mesmo que não tenham a mesma condição financeira”, relata Mitra.

Falta de interesse
O segundo problema diagnosticado por ele é o desinteresse dos alunos. A solução é simples: saber instigar as crianças com a ajuda do computador. Hoje, a principal reclamação dos alunos é não entender por que estão aprendendo determinada matéria. “Trigonometria, por exemplo, é uma palavra que apavora todo mundo”, exemplifica.

Uma história real mostra como despertar o interesse das crianças. Em Hong Kong, Mitra perguntou aos alunos como um Ipad sabe sua localização e deixou que pesquisassem na internet. Trinta minutos depois, os alunos aprenderam que três satélites estavam envolvidos no trabalho. E, depois de outra rápida pesquisa, descobriram que o Ipad usava trigonometria. “Perguntei se eles queriam saber como isso funcionava e os meninos de 12 anos responderam que sim! E então eu disse ao professor de matemática: “agora a porta está aberta””.

O modelo atual de Educação, que ignora as mudanças promovidas pela tecnologia, também contribui para o desinteresse dos alunos, acredita Mitra. “Uma criança lê uma página inteira, mas não consegue entendê-la, interpretá-la”, aponta. Para ele, isso é fruto de um modelo ultrapassado de Educação “definido 300 anos atrás”, que prioriza a capacidade de decorar informações. Naquela época isso fazia sentido, já que o cérebro era a principal ferramenta para armazenar dados; mas hoje existem diversos dispositivos que podem realizar essa tarefa. “A memória não é o mais importante, mas sim, a capacidade de compreensão e de discernimento sobre as informações que lê”, defende. O sistema educacional ainda não entende isso: “se um aluno perguntar se pode levar um pendrive para fazer a prova, a resposta será não.”

Voltando à polêmica sobre a necessidade de um adulto que intermedeie o processo de aprendizagem, Mitra explica que o papel do professor assim como o currículo devem ser reformulados para que as crianças se interessem pelo estudo. Hoje, o professor ensina um método para solucionar problemas e explica quando usá-lo. Para ele, as crianças devem ter a possibilidade de encontrar um método sozinhas e o professor deve apoiar e instigar esse processo.

Assista a uma palestra que Sugata Mitra o evento Ted Global, em 2010, sobre suas pesquisas.

http://www.ted.com/talks/sugata_mitra_the_child_driven_education.html

fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/isto-da-certo/2012/02/08/o-computador-pode-substituir-o-professor/

sexta-feira, 2 de março de 2012

Serie Pensadores da Educação Anísio Teixeira


Anísio Teixeira

O inventor da escola pública no Brasil

Educação gratuita para todos de tempo integral

Foi aluno de John Dewey

John Dewey considerava a Educação uma constante reconstrução da experiência.

Permanente reconstrução da educação

Para Anísio Teixeira, não se aprendem apenas ideias e fatos mas também atitudes, senso crítico.

Fundou a escola Parque em 1950 em salvador, que mais tarde inspiraria os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) do Rio de Janeiro.

O professor deve incentivar o aluno a pensar e julgar por si mesmo.

Manter uma escola de 6 horas como acontece nas escolas americanas para muitos ou o modelo de 8 horas para poucos como acontece no Brasil, pois os recursos financeiros  destinados a educação são poucos.